quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Orgulho e Preconceito parte 2.


               Terminei o ultimo post falando sobre como devemos criar as novas gerações. Vamos continuar do ponto em que paramos. Havia dito que o certo a fazer, é criar as novas gerações com a idéia na cabeça que o mundo todo é diferente, que ele deve escolher seu lugar ao mundo e procurar os seus.
                Vivemos em uma sociedade muito grande e diversificada. Isso acaba gerando mais preconceitos e aversões, pois, quanto maior a variedade de seres, maior irá ser a tentativa de sobreviver. Voltando a citar membros da minha família, eu cresci vendo gente tatuada e sempre admirei o estilo rock/metal, sendo assim, sempre quis fazer tatuagens e entrar neste meio. Já minha irmã (para aqueles que não leram o ultimo post, ela tem preconceito com roqueiros/metaleiros) foi criada por um tempo no interior, e (não sei explicar o motivo real) ela acabou colocando na cabeça que este tipo de gente não presta, é marginal, vagabunda e mau caráter, contudo, ela não fica me perturbando ou proíbe os filhos dela de me ver, ela me respeita no quesito familiar.
                Não podemos gerar intolerâncias nos nossos filhos (só geramos quando deixamos de ser pais) e não faço a menor idéia de como fazer um filho seguir os passos dos pais. Sei que ajuda muito ser criado em um meio onde apenas um tipo de “estilo” prevaleça, como as comunidades hare krishnas, mórmons, hippies, ciganas, entre outras. Assim seu filho ira se acostumar a ver apenas aquilo, e registrar que só poderá ser aquilo. Não sei como se pode fazer isso em uma cidade gigantesca como São Paulo, mas deve ter um jeito, quando souber, contarei...
                Por mais que este ultimo parágrafo parecesse um devaneio, tem muito a ver com o tema. Se conseguíssemos fazer com que os filhos seguissem nossos passos, a intolerância seria muito menor. Vejam bem: Se uma pessoa que não aceita de maneira nenhuma relacionamentos inter-raciais, tivesse um filho que também não aceitasse, ele não se preocuparia em manter as “outras raças” longe, e nem iria precisar ter que humilhar ou dizer que é de uma raça superior, pois não ira precisar provar ao filho nada, ele já seria igual. Sendo assim, não teria que “lutar por um espaço” para poder criar o filho.
                Como havia dito antes, boa parte das intolerâncias são decorrentes da grande variedade cultural que existe em uma cidade (hoje em dia ate mesmo nas pequenas cidades bucólicas do interior) fazendo com que as disputas por espaço próprio, auto-afirmação e ate mesmo de tentativa de liberdade sejam mais agressivas.
                Nesta era do politicamente correto, muita coisa esta sendo deturpada e ignorada. Temos hoje um choque de sentidos da mesma palavra. Se eu falar: “Isso é serviço de preto” é dado como racismo, porem se vê constantemente, ate mesmo na televisão, falar “programa de índio”. Por que um é racismo e o outro não? O brasileiro fica extremamente irritado quando outro país nos critica, falando que é preconceito contra brasileiro, porem constantemente é feito o mesmo aqui: português é burro, japonês tem pinto pequeno, turco é muquirana, inglês é metido, argentino é folgado, americano é esnobe e etc.
                Não existem bonzinhos nesta historia. Mocinhos e bandidos só existem nos gibis e filmes, na vida real, temos sempre um pouco do Dr. Jekyll e Mr. Hyde dentro de nós. Possuímos defeitos, e um desses é a incrível capacidade de se odiar, o que nos fez sobreviver ate hoje. O que devemos fazer é controlar este sentimento forte para podermos viver em harmonia com outras pessoas. Temos medo de ficarmos sozinhos e de que nossos filhos nos rejeitem, porem, lembre-se que você também não é o que seus pais gostariam realmente que você fosse...

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